terça-feira, 17 de maio de 2011

O autista na equoterapia

A utilização do cavalo no tratamento equoterápico, além da função cinesioterápica, produz importante participação no aspecto psíquico, uma vez que o indivíduo usa o animal para desenvolver e modificar atitudes e comportamentos (GAVARINI, 1997). Este recurso terapêutico pode melhorar as relações sociais de crianças Autistas favorecendo uma melhor percepção do mundo externo e ajuste tônico-postural adequado (FREIRE, 2003). A interação com o cavalo, desde o primeiro contato e cuidados preliminares até a montaria, também desenvolve novas formas de comunicação, socialização, autoconfiança e auto estima.


As terapias utilizando animais promovem benefícios relacionados ao bem estar físico e emocional, muitos estudos mostram os ganhos da interação entre homens e animais. No âmbito da psicologia e da reabilitação, percebe-se que na relação entre “pessoa- animal” existe uma troca que gera ganhos psíquicos e físicos. Sendo assim, a Equitação não é considerada simplesmente como esporte ou lazer, pois é possível usufruir muito mais do que aquilo que um simples exercício físico oferece. Ao analisar aspectos desta relação, verificamos a inexistência de preconceitos, pois o animal na demonstração de afetos, não leva em conta o prejuízo na aparência física da criança ou adulto.  “As terapias utilizando cavalo podem ser consideradas como um conjunto de técnicas reeducativas que agem para superar danos sensoriais, motores, cognitivos e comportamentais, através de uma atividade lúdico-desportiva, que tem como meio o cavalo”.


A Equoterapia favorece a reintegração social, que é estimulada pelo contato do indivíduo com outros pacientes, com a equipe e com o animal.Aproximando-o desta maneira, cada vez mais, da sociedade na qual convive. A utilização do cavalo para o tratamento, além de sua função cinesioterápica, produz importante participação no aspecto psíquico, uma vez que o indivíduo usa o animal para desenvolver e modificar atitudes e comportamentos. No âmbito da Psicomotricidade observamos a aprendizagem de movimentos rítmicos, aquisição de equilíbrio, desinibição e segurança motora; autoconsciência motora corpórea favorecida pelo enérgico contato físico com o animal (GAVARINI, 1997; CONGRESSO NACIONAL DE EQUOTERAPIA, 1999).

O desenvolvimento da motricidade dos Autistas no Recurso Equoterápico é altamente significativo e pode repercutir de forma imediata nos hábitos de independência,sugerindo a necessidade de um trabalho intensivo como forma de atingir também os aspectos afetivos, sociais e cognitivos, por este motivo deve-se encorajar o praticante a obter independência sobre o cavalo.  Também é importante ressaltar que as crianças poderão ter dificuldades em aprender através de instruções verbais sendo necessária uma paciente repetição e orientação corpórea. (FREIRE, 2004).


Muitas vezes, as crianças manifestam pequeno ou nenhum interesse por outros cavaleiros ou instrutores, entretanto à medida que progridem eles provavelmente se afeiçoam a um cavalo ou a uma pessoa. É essencial estabelecer limites, direções claras e curtas, tentando manter contato visual (olho no olho), além de elogiar quando estiver certo. É importante também a aceitação do contato com os membros da equipe, inclusive o contato corporal. O recurso equoterápico pode auxiliar na melhora das relações sociais das crianças autistas.


Segundo Roberts (2002) existem semelhanças entre o comportamento autista e atitudes do cavalo. Para ambos, ruídos mais altos, mudanças na rotina e ambientes desconhecidos causam insegurança e grande parte da comunicação que estabelecem depende da linguagem corporal. Toleram uma quantidade restrita de contato corporal, sendo que este nunca ocorre através de imposição. Segundo o autor a capacidade instintiva do cavalo de perceber as intenções do cavaleiro leva o animal a acalmar-se quando montado por um Autista. 


O contato com animais pode gerar expectativas de troca e representação de regras sociais, quando utilizados em terapias (WILSON & TURNER, 1998). A interação com o cavalo, desde o primeiro contato e cuidados preliminares até a montaria, também desenvolve novas formas de comunicação,socialização,autoconfiança e auto estima (FREIRE, 2003). O Autista pode olhar, tocar e este “objeto” não é estático. Este conhecimento gera comparações entre as partes do corpo do cavalo e da própria criança, além de suas utilidades e possibilidades. O cavalo não é um predador e suas reações de alerta servem como defesa contra agressores assegurando sua proteção.

Fonte: CEDAP Brasil
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